17 de junho de 2011

Rock Rola em Barcelos em formato papel


Ao fim de cinco anos com edição online, o Rock Rola em Barcelos deu esta semana passo bem meritório e altamente valorativo do trabalho efectuado por Ílídio Marques e sua equipa. Agora, em formato papel, em registo trimestral, o Rock Rola em Barcelos passa a ser um suplemento do Jornal de Barcelos, tendo saído esta semana o primeiro número com entrevistas a Green Machine, Kakfa, Dear Telephone e Glockenwise. O lançamento surgiu em cima do festival GSM Fest, tendo havido ampla difusão do excelente magazine no dia inaugural, abrilhantado por mais uma actuação enérgica e explosiva dos Parkinsons.

15 de junho de 2011

Tornados + Dj Ignition no Armazém do Chá


Esta sexta-feira, os autores de Catraia voltam a tocar no Porto, fazendo chegar o seu som moderno de surf ao Armazém do Chá. Os Tornados, antigo Conjunto Contrabando, prosseguem de vento em popa o seu trajecto, conquistando fãs e território. Trajados com elegância dos cinquentas, eles são uma lufada de ar fresco no espectro musical português, combinando com mestria a doçura tradicional expressa nas letras em português e os arranjos surf. Este concerto insere-se na apresentação do EP Dinamite, que será disponibilizado no local em formato vinil. A noite seguirá com DJ Ignition na cabine, alimentando a pista do melhor rockabilly, dos loucos anos 50 até à actualidade.

9 de junho de 2011

Rock en Costa com Samesugas e Thee Homens no último acto


O Rock en Costa celebra dez anos e marca a data histórica com a despedida. Após labor de muitos anos em prol dos grupos galegos, dando espaço importante para muitos se mostrarem, a Associação Xurásica, sedeada no Castineirino, decidiu abrir mão da sua maior realização, ao que não são alheias outras prioridades. Mas a edição de encerramento junta no mesmo cartaz aquelas que são as bandas rainhas do festival, como os Samesugas e os Thee Homens, que continuam o seu trajecto de muitos anos no punk e no power pop respectivamente. Juntam-se ainda os Royalties, os Redullos e os L'Uomo di Gomma. O acesso aos concertos é gratuito. Uma boa oportunidade para dar um salto a Santiago de Compostela.

8 de junho de 2011

Parkinsons imparáveis em Londres


Coração musical da Europa, cidade efervescente e imparável em propostas, Londres foi uma experiência e tanto, com picos de intensidade e euforia de todo incomuns. A realização do segundo Dirty Water Festival resgatava atenções globais e colocava
ênfase no regresso aos palcos dos portugueses Parkinsons, que fizeram carreira altamente vigorosa e explosiva na capital inglesa. Sabedores da audiência feroz e fanática alinhada no Boston Arms, os Parkinsons de Afonso Pinto, Vítor Torpedo e Pedro Chau, revisitaram o seu repertório punk à moda de 77, encarnado em palco por uma atitude selvagem e frenética, que levantou aos primeiros acordes o absoluto caos numa sala clássica com capacidade para trezentas pessoas. O concerto dos portugueses foi simplesmente o derradeiro, o mais esperado e inflamado, de um dia recheado de actuações, boas quase sempre, ora fantasiosas ora mais debochadas. Ao som de Hate Machine, New Wave, Streets of London, Angel in the Dark ou Nothin to Lose, o delírio tomou conta do espectáculo de Parkinsons, sempre iguais a si mesmo, espremendo cada segundo do show com uma entrega arrebatadora, os decibéis subiram a níveis pouco habituais e o caldo de emoções disparou na linha da frente. Num desvario completo não houve contenção possível e todos fizeram balancear os corpos até que surgisse alguma barreira, gritando as letras da banda num registo absolutamente comprometido, consumindo energias até ao tutano. No meio da dedicação, pois claro está, houve muita tareia, muita nódoa negra e muito salto com aterragem directa ao solo. E o maior de todos os protagonistas, vindo de Andorra, desfilou pelo palco nu, alinhando nos coros e pulando para o meio da multidão. Foi o Kunha mais exposto e entregue que nunca. Foi uma festa farta em Londres vista por muitos portugueses e espanhóis e também por um alargado contingente vindo da Noruega.
Ao longo do dia/noite exibiram-se no Boston Arms outros grupos com selo de qualidade, casos concretos dos Revellions, Thanes ou Gravemen, estes reforçados com go-go dancers nórdicas, e ainda os Thee Exciters, num registo mais descontraído e debochado, por culpa descarada do seu vocalista, que se lançou pelo público colorindo caras e desafiando preconceitos com um baton garrido.
Se os Parkinsons motivaram a ida de muitos a Londres, a capital inglesa encheu o apetite com outras propostas irrecusáveis. Na primeira noite deparou-se-nos logo mais uma escaldante sessão das noites Neat Neat Neat no Garage, organizadas por Afonso Pinto. A punkalhada foi dominante e servida pelos locais The Ricky C Quartet e os Seminals. A assistência portuguesa esteve perto de ser maioritária, resquícios óbvios do culto que merecem os Parkinsons em Inglaterra, onde se formaram e onde se mostraram ao mundo.

Em ressaca do longo Dirty Water Festival foi-nos apresentado mais um festival no histórico Ryans, localizado em Church Street. Uma rua de topo, de ambiente relaxado e construções coerentes, em perfeita sintonia com um espaço de qualidade exemplar, munido de uma cave para concertos e uma esplanada ampla e vistosa. Pela tarde e noite desfilaram várias bandas e entre boas surpresas ficou na retina a actuação vibrante dos italianos Hangee V. Do garage ao punk passando por um cabaret manhoso, tratou-se de um combinado variado de estilos, comportamentos exaltados, que fecharam com chave de ouro um fim-de-semana de eleição.