17 de novembro de 2011

Buzzcocks fazem acreditar num memorável Purple Weekend



Festival de afinidades, de estilo, o Purple Weekend regressa em 2011 com mais força, mais sentido eclético e apostas seguras que adivinham êxtase ao longo de três dias, repletos de concertos, dj's e variadas atracções. Os Buzzcocks encabeçam uma leque de estrelas que dispensam apresentações. O grupo inglês liderado por Pete Shelley cai dos céus para fazer as delícias de uma enorme legião de fãs, ávida de os ver, pronto a disparar todos os sucessos que fizeram parte de 'Singles Going Steady', tais como Orgasm Addict, Ever Fallen in Love, Promises, What do I Get ou Harmony in my Head. Do alto da sua imponência na época, os Buzzcocks agitam vozes e são um convite descarado a muita gente fazer-se à estrada, na direcção de Leon, a cidade perfeita de um festival consolidado, ano após ano reafirmativo da cultura mod, da elegância e do ouvido privilegiado. Depois de dificuldades em anos anteriores, o Purple Weekend 2011 (23ª edição) grita a sua vitalidade com um cartaz feroz, aberto a diferentes públicos. Por isso juntam-se outros históricos do surf/garage como os Barrucadas, da cena mod como os Lambrettas ou do ska como Roy Ellis, acompanhado dos galegos Transilvanians. E para aquele que constitui receita habitual do festival, marcam presença bandas de qualidade indiscutível como os austríacos Jaybirds, os franceses Les Terribles, os australianos Frowning Clouds, os ingleses Masonics, ou os espanhóis Imperial Surfers ou Al Supersonic & the Teenagers. O festival volta a espalhar-se pelos locais do costume, desde os espectáculos gratuitos no ferveroso Gran Café, aos realizados no Espaço Vias pela tarde, ao grosso do conteúdo no Pavilhão do CHF no Passeio do Parque, terminando com festas palpitantes na discoteca Oh Leon e a inevitável permissão para todos os excessos. O ingresso para a totalidade dos concertos custa 60 euros, por noite 25. A cidade junta a sua elegância e categoria de bem receber, de apurado gosto e cultura musical e uma parafernália de propostas apelativas pela tarde e noite, sendo obrigatório destacar o ambiente no Mongogo, um império da comida mexicana, das tequilas e das coronas mas igualmente do rockabilly e do psychobilly, sendo possível escutar de Johny Cash a Cramps. Mais perto da catedral também é possível encontrar o Portobello, acolhedor e destinado a todo aquele que preze minutos e horas de requintada selecção musical.

December 3rd. The Go Freaks + Alldayer, The Canary Sect, Les Terribles, Al Supersonic & The Teenagers, Roy Ellis & The Transilvanias, The Barracudas.

December 4th. Mod Time, Alldayer, The Imperial Surfers, The Groovy Unclye, Idealipsticks, The Frowning Clouds, The Jaybirds.

December 5th. Swanp Cabbage, The Extended Plays, Gaby Salvajes + Los Platillos Volantes, The Wicked Whispers, The Masonics, The Lambrettas, The Buzzcocks.

16 de novembro de 2011

Armazém do Chá agita-se para Eviltones e The Gravemen

O Armazém do Chá não podia apresentar fim-de-semana mais sugestivo, enchendo-se de brilho e diversão para receber os ingleses Eviltones, na sexta, e os suecos The Gravemen, no sábado, bandas com sonoridade garage e um apego descarado ao sinistro, ao horror trash. Podia ser um festival, mas não é, as datas são independentes e só comprovam a categoria da programação regularmente exibida. Em digressão por Portugal, os Thee Eviltones surgem no Porto com 'In the Shadows of the Beast' e um combinado verdadeiramente explosivo de punk, fuzz e surf rock, à moda dos sessentas, enraivecido, diabolizante, proclamando mil e uma histórias de terror em ritmo vertiginoso e toque assustador. EL Cisco Loco chega de Coimbra para inquietar mentes mais desassossegadas e espremer as mais malignas e perversas.
Para quem vem de fora e gosta de acrescentar boas doses de rock'n'roll a passeios turísticos, obrigatório será assistir à jornada de sábado com a entrada em cena pela primeira vez em Portugal dos suecos de The Gravemen, um duo de bateria e guitarra e muita indumentária relacionada com o gore, espalhando pesadelos e levantando tormentas. Aclamados no Funtastic Dracula Festival, em Benidorm, e no Dirty Water Festival, em Londres, possuídos pela imaginação e improvisação, os The Gravemen não podem ser descritos na base de rótulos, eles conjugam rockabilly, garage e punk pelo que fazem lembrar no seu som figuras lendárias que vão de Hasil Adkins a Bo Diddley, passando por Screaming Lord Sutch. DJ A Boy Named Sue dará corpo ao festim pela noite fora, imprimindo ritmo e caos, apelando à invasão zombie na pista do Armazém do Chá.


O rock'n'roll volta com carga poderosa ao Armazém do Chá para um fim-de-semana