23 de fevereiro de 2012

Shame abre hoje oficialmente o Fantas



In A Bola

A 32.ª edição do Fantasporto vai ter esta sexta-feira a sua abertura oficial com a exibição do tão aguardado ‘Shame’ de Steve McQueen, responsável pela candidatura aos Óscares do ator Michael Fassbender, protagonista do sensacional Inglourious Basterds, de Quentin Tarantino. Carey Mulligan também prestigia o elenco.

Com esta segunda obra, causadora de grande burburinho por tratar magnificamente um viciado em sexo, desgovernado por impulsos, McQueen conquistou Veneza e assegurou um digno sucessor de ‘Hunger’ filme que o consagrou em Cannes em 2008.

A película é exibida esta sexta-feira (21h15) no Grande Auditório do Teatro Rivoli, que volta a acolher o mais histórico e internacional festival português, mais poupado mas sem perder o seu brilho e vitalidade.

Para o encerramento está guardado ‘This Must be the Place’ realizado por Paolo Sorrentino e interpretado por Sean Penn, em mais uma incrível transformação visual, transportado para a pele de um músico reformado.

Desfalcado dessa categoria de culto ‘Orient Express’, o Fantas 2012 leva a competição filmes nas áreas Cinema Fantástico, Semana dos Realizadores, Cinema Português e ainda Premiere/Panorama, contabilizando para o espetador um total de 250 filmes, dos quais 85 por cento em ante-estreia nacional, europeia ou mundial.

No plano das homenagens e retrospetivas, destaque para um olhar às obras de Alain Robbe-Grillet, Karen Shakhnazarov (premiado no Fantas em 2010 com Ward Number 6), António-Pedro Vasconcelos e Mike Hodges. Pelo meio de tudo isto a celebração dos 30 anos de Blade Runner (em cena esta sexta-feira) e as reposições de Nosferatu ou Drácula de Bram Stoker, de Brian de Palma. A noite de 3 de Março leva ainda o tradicional Baile dos Vampiros ao Hard Club com concerto de ZEN.

Como é hábito o Fantasporto premiou o seu público com um warm-up recheado de atrações e bem suculento, especialmente retratado na projeção de filmes de Ed Wood, como Bride of the Monster, Night of the Ghouls ou Plan 9 from Outer Space, que de tão sinistros e manhosos em termos de realização, granjearam reputação eterna graças a histórias simples de monstros, vinculados a um enredo de terror, ficção científica, por vezes deliciosamente erótico ou humorístico, onde é notado o permanente o recurso a atores favoritos como o lutador sueco Tor Johnson.

Assim sendo, o festival arrancou segunda-feira com filmes mostrados no Grande e Pequeno Auditório, que trouxeram ao Rivoli os aficionados de um certame repleto de marcas características, a começar no seu público fiel e na inseparável relação com a Super Bock.

Os primeiros dias permitiram comprovar a relação duradoura do portuense com o Fantas, registando-se uma sala pelas costuras no feriado de Carnaval para ver ‘Meat’ filme holandês que fazia recuperar memórias do aclamadíssimo ‘The Green Butchers’, mergulhando explicitamente nas fantasias depravadas de um conjunto de personagens entregues a uma vida miserável e a um talho. Ficou, contudo, o sentimento dececionante de um filme que se perdeu na narrativa, deixando frustrada a sala.

Menos concorrida foi a sessão que levou ao Pequeno Auditório o japonês ‘Guilty of Romance’, de Sion Sono, verdadeiramente inquietante, perturbador e áspero em toda a sua perversidade e bizarrice, na tradição dos filmes deste autor: Love Exposure e Cold Fish. A natureza hedionda de um crime leva a conhecer a vida de duas mulheres que procuram exasperadamente e obsessivamente múltiplas formas de prazer sexual, enquanto a investigação revela desenvolvimentos sombrios.

22 de fevereiro de 2012

Thee Chargers com contributos palpitantes na estreia do Mish Mash


O Armazém do Chá será este sábado testemunha envolvente de mais um banquete sonoro, servido com efeito novidade. Um concerto dos Thee Chargers abre as cerimónias, garantindo óptima festa, belos trajes e afinação total ao ritmo surf, recuperando temas com pergaminhos. O quarteto da Invicta apresentar-se-á reforçado com sumarentas colaborações, a cargo de Pedro Serra (vocalista de Mean Devils e 49 Special em Sinner not a Saint), já um clássico tremendamente auditivo e plenamente bem conseguido enquanto versão, e ainda Just Honey, senhora de bom gosto musical que costuma ser generosa a passar música e que desta feita se transforma em cantante de créditos já reconhecidos.A novidade está reservada para o fim, apenas em parte. Pedro Tenreiro, que já presenteia o público do Armazém do Chá com o notável, espectacularmente dançante e habitual Club de Funk, assume, agora, as rédeas de Mish Mash, que se irá agigantar com mandamentos do Rhythm'n'Blues, Rock'n'Roll, Tittyshakers, Northern Soul, Jazz e Boogaloo. Tudo em memória dos 50s e 60s numa estreia deveras palpitante.

21 de fevereiro de 2012

Jon Spencer Blues Explosion no Hard Club


Há regressos e regressos, pois este de Jon Spencer Blues Explosion, banda que poderia viver da autoria de Bellbottoms, legitima uma reacção fervorosa dos múltiplas fãs espalhados por Portugal, que nos últimos tempos apenas tiverem ensejo de se deliciarem com as actuações de Heavy Trash. Jon Spencer Blues Explosion combina todos os ingredientes do rock'n'roll, do espírito blues às descargas selvagens e barulhentas que tão bem tipificaram este banda nos seus concertos, em especial ao longo da década de 90 marcada pelos lançamentos de "Extra Width" (1993), "Orange" (1994), "Now I Got Worry" (1996), "Acme" (1998). Em 2000 vieram a Portugal a uma Queima das Fitas de Coimbra e fizeram faísca, convocando de todos os que estiverem presentes memórias infinitas e absolutamente fascinantes. As actuações em Portugal estão marcadas para Porto (14 Março, no Hard Club) e Lisboa (15). Este pode ser considerado um dos grandes espectáculos do ano, em teoria, lembrando o poder e a destreza visceral de uma banda liderada pelo carismático Jon Spencer, fundador dos Pussy Galore e um guitarrista que será reconhecido por um som frenético e incisivo, acelerado pelas influências punk e rockabilly. O esplendor vivido pela banda nos noventas influenciou inúmeros músicos, com particular ênfase para White Stripes, pelo que é da mais elementar justiça citar Jon Spencer Blues Explosion como profetas de uma doutrina musical verdadeiramente apaixonante, com amplitude caótica e catártica, homenageando lendas do blues e do punk. Plastic Fang (2002) e Damage (2004) foram os últimos trabalhos de uma banda, que parou e que agora se reagrupou contemplando justamente Portugal neste regresso à actividade. Os bilhetes para o Hard Club vendem-se a bom ritmo e custam 18 euros.

Ed Wood no lançamento da 32ª edição do Fantasporto



O Fantasporto aquece os motores para a 32ª edição, que conhece sexta-feira abertura oficial com a exibição de Shame, de Steve McQueen. Até lá, desde ontem, estão em cartaz filmes de culto, cujo destaque maior assenta na filmografia de Ed Wood, considerado o pior cineasta de todos os tempos, que de tão sinistro e rudimentar se tornou uma lenda, dotando épicos filmes de monstros com um sui-generis toque humorístico e de interpretações absolutamente irresistíveis dos seus atores predilectos como Bela Lugosi ou o lutador sueco Tor Johnson. Pelo Grande Auditório passaram The Bride of the Monster, Night of the Ghouls, Plan 9 from Outer Space, Glen or Glende e Jailbait, filmes de baixo orçamento com efeitos especiais muito duvidosos. Os clássicos Nosferatu e Drácula de Bram Stoker também foram apresentados. Esta noite será também apimentada de humor negro no Pequeno Auditório com a exibição de Meat, a fazer lembrar o aclamado Green Butchers, premiado no Fantas em 2004.
O festival decorre até 4 de Março, dia para serem vistos e revistos todos os premiados. O encerramento mais pomposo celebra-se com o habitual Baile dos Vampiros no dia 3, este ano desviado do Sá da Bandeira para o Hard Club.

Meat” podia ser a sequela de “The Green Butchers”, o filme vencedor da Semana dos Realizadores do Fantasporto e do Prémio Meliès D’Or em 2004 (Melhor Filme de Cinema Europeu Fantástico). Um humor negro cortante e um argumento louco e sádico, fazem deste filme uma delícia imperdível, e não estamos a falar de costeletas! Só parece um talho normal ao início. Cedo se começa a perceber que a carne tem um aspecto animalesco. Este talho não tem muitos clientes, é mais um mundo de fantasia, um asilo onde o homem do talho pode viver as suas fantasias sexuais.

15 de fevereiro de 2012

Muck & the Mires e Thee Gravemen em Leon


FIESTA DIRTY WATER RECORDS EN LEÓN!!!

O selo londrino Dirty Water promove uma super festa em Leon, cidade que respira garage à moda dos sessentas. Os concertos estão marcados para o Pub Valentino, habitual clube nocturno de alterne, que se mascara frequentemente de paraíso musical de vocação pura e dura de rock'n'roll. Este sábado, celebrando o carnaval, a aliança será feita entre os norte-americanos Muck & the Mires e os suecos Thee Gravemen, que prometem uma noite espetacularmente animada e divertida. Depois dos concertos a festa prosseguirá no Woodstock com uma excelente equipa de djs.

Muck and The Mires+ Thee Gravemen
Sábado 18 de Febrero Valentino´s club
7 euros+ dos copas, 10 euros+ dos copas
P.venta : Mongogo,Elektra,Plan B,Miserias
Al acabar sigue la fiesta en el Woodstock,con AMALIA MEDUSA,MIKE MONGOGO y CARLITOS YUGUEROS a los platos.
Fiestooooooooooooonnn!!!

4 de fevereiro de 2012

Shame na abertura do 32º Fantasporto


Shame, do aclamado e premiado Steve McQueen, realizador em 2008 de Hunger, é destaque na programação da 32ª edição do Fantasporto, estando a sua exibição reservada para a abertura oficial a 24 de Fevereiro. O filme, protagonizado por Michael Fassbender, que repete aliança com carismático e multifacetado realizador, e Carey Mulligan, move-se na natureza do vício e do impulso sexual. O entretenimento em redor do Rivoli no Porto está garantido a partir de dia 20, alongando-se o festival até 4 de Março com mais um cartaz notavelmente engenhoso e potente em tempo de crise. O terror e o fantástico alimentam a atmosfera do Fantas. No plano das homenagens e retrospectivas estão anunciadas as seguintes: António-Pedro Vasconcellos, Karen Shakhnazarov (russo premiado em 2010 com Ward Number 6),Alain Robbe-Grillet, Ed Wood, isto além de um tributo aos 30 anos de Blade Runner, obra prima de Ridley Scott e um prémio carreira ao britânico Mike Hodges, vencedor no Fantas em 1990 com Black Rainbow. O festival tem guardado para a cerimónia de encerramento a exibição de 'This Must be the Place' de Paolo Sorrentino e com participações no elenco de Sean Penn, Frances McDormand, Judd Hirsch e Harry Dean Stanton. Mais uma vez brutal na transformação visual, Sean Penn encarna desta feita um músico que deixa tudo para acompanhar as últimas horas de vida do pai. De resto, o Rivoli será palco de uma enormidade de filmes para ver, ao velho estilo do Fantas salpicado de sangue, suspenso em mistérios, absorvendo os seus fãs num torturante terror psicológico. As competições são as do costume: Cinema Fantástico, Semana dos Realizadores, Cinema Português e ainda Premiere/Panorama.

1 de fevereiro de 2012

Tributo a Cramps para incendiar Armazém do Chá



Lux Interior e os Cramps merecem este sábado tributo em pleno Armazém do Chá, dois anos passados sobre a morte do carismático vocalista. Os The Crushers formaram-se para a ocasião com quatro músicos altamente rodados do Porto. A noite completa-se com A Boy Named Sue.
Erick Lee Purkhiser ou melhor Lux Interior, um dos melhores performers que existiu dessa forma arte absurda que é o Rock’N’Roll morreu há 2 anos. Com ele morreu uma das bandas que mais contribuiu para o imaginário do género, uma banda que sem querer criou um subgénero (o psychobilly) sendo muito maior que as fronteiras desse subgénero – The Cramps.
A banda foi fruto do encontro de Erick com Kristy Wallace (também conhecida como Poison Ivy) que se conheceram na primeira metade da década de 70 na Califórnia. Depois de muita conspiração e muitos ácidos rumaram para Nova Iorque, onde a banda ganha projecção integrada na efervescente cena associada a clubes como o C.B.G.B.’s e o Max Kansas City que fez despoletar movimento punk antes dos ingleses saberem o que isso era. A sua música era uma mescla marada de rockabilly, psychadelia, surf e garage dos 60´s; Lux Interior um Frankenstein bizarro que rugia como um lobisomem, encharcando as suas performances psicóticas em vinho tinto; The Cramps uma banda com um imaginário único construído com voodoo, humor negro, horror kitsch de série B e sexo perverso.
Com elementos a entrarem e a saírem, Lux e Poison Ivy mantêm os Cramps em actividade mais de 30 anos, gravam 13 álbuns de originais e mantêm um nível de qualidade invejável ao longo desse tempo até ao fim. Lux Interior morre em 2009 ao 62 anos (para quem os viu nos últimos anos ao vivo será difícil acreditar que o homem tinha essa idade).
The Crushers constituidos por:
Pedro Moreira - Voz
Oscar Gomes - Guitarra
Nuno Silva - Guitarra
Ivo Guimarães - Bateria
Serão a banda de serviço a prestar o devido tributo.
Depois do concerto a música estará a cargo de DJ A Boy Named Sue. Os seus sets caracterizam-se por uma forte vertente rock 'n' roll, nos quais visita sonoridades soul, funk, rhythm and blues, garage e punk rock ou new wave, uma espécie de máquina do tempo que cria laços entre os grandes clássicos e as novas tendências da música contemporânea. Playlists ou sets pré-definidos não têm espaço neste universo caracterizado por ambiestes dançaveis e festivos, intensos e imprevisíveis, recheados de hits do passado e do presente. Sinal dos tempos ou desígnio dos Deuses, A Boy Named Sue baralha e volta a dar a História da Música Popular, sem quebras de ritmo nem tiros no escuro, como só um verdadeiro mestre de cerimónias é capaz.
O bar será dominado pelo hip-hop com Spot e Godzi a trazerem desde os clássicos aos novos upfronts do género.