28 de novembro de 2013
Barreiro Rocks é festa e ponto final
Uma cidade enérgica com uma energia que contagia e vicia. O Barreiro Rocks é a explosão de uma genuína sedução pelo rock'n'roll eternamente enamorado pela interação com o público, pela selvajaria em palco e fora dele. Onde reina a comunhão por uma festa única. Volta a realizar-se em 2013, mas numa só noite, que se espera apoteótica. Dá pena que seja só uma mas fica a certeza da condensação de adrenalina, de vertigem insana, de perdição completa. Será este sábado, 30 de Novembro, no Grupo Desportivo Ferroviários. A ação vai começar com a atuação de Fast Eddie Nelson, pelas 21h30. O cartaz é quase cem por cento português, não fosse a contratação à última hora de Mark Sultan, o parceiro de King Khan na banda King Khan & BBQ Show, que assim embeleza o elenco do Barreiro Rocks, que terá ainda concertos de Xungaria do Céu, Nicotine's Orchestra, um cliente habitual do certame, Victor Torpedo Show, um projeto recente de Vitinho (Tédio Boys e Parkinsons), pela primeira vez a solo, que nos remete para a afeição ao dub e ao ska, e, finalmente, Murdering Tripping Blues. Maria P encerra as festividades com a seleção criteriosa de psych, freakbeat e garage. O bilhete está à preço altamente convidativo, 10 euros. Outra atração será a estreia nacional do documentário 'Música em Pó' de Eduardo Morais, realizador de 'Meio Metro de Pedra', que desta feita foca o seu olhar nos maiores coleccionadores de vinil do país, sem quaisquer censura de estilo. Tudo o resto é folia destravada, correria até ao petisco e um regresso a casa cheio, tão cheio de boas histórias.
19 de novembro de 2013
Death By Unga Bunga e A Boy Named Sue de regresso ao Armazém do Chá
De regresso a Portugal com datas em Lisboa, Coimbra e Porto, é já este sábado que os noruegueses Death By Unga Bunga regressam ao palco do Armazém do Chá, onde já deixaram rasto de uma festa vibrante, graças ao seu garage inspirado nas bandas lendárias dos sessentas e de vocação mais cavernosa. A banda nórdica, munida de vestimentas e instrumentos marcadamente vintage, está a apresentar o seu novo álbum You're an Animal por toda a Península Ibérica.
DEATH BY UNGA BUNGA
Apesar de ser um quinteto bastante jovem, ao longo dos últimos anos conseguiu conquistar o seu espaço. Centenas de intensos concertos e o álbum de estreia, Juvenile Jungle (2010), foram o suficiente para despertarem a curiosidade do público e fazer virar as atenções para a banda oriunda de Moss, Noruega. Os Death By Unga Bunga têm a música e cultura dos anos 60 como a sua maior influência. Chegam a Portugal com novo álbum, “You’re na animal”, editado em Setembro deste ano.
DJ A BOY NAMED SUE
Os seus sets caracterizam-se por uma forte vertente rock 'n' roll, nos quais visita sonoridades soul, funk, rhythm and blues, garage e punk rock ou new wave, uma espécie de máquina do tempo que cria laços entre os grandes clássicos e as novas tendências da música contemporânea. Playlists ou sets pré-definidos não têm espaço neste universo caracterizado por ambiestes dançaveis e festivos, intensos e imprevisíveis, recheados de hits do passado e do presente. Sinal dos tempos ou desígnio dos Deuses, A Boy Named Sue baralha e volta a dar a História da Música Popular, sem quebras de ritmo nem tiros no escuro, como só um verdadeiro mestre de cerimónias é capaz.
12 de novembro de 2013
Club Garage estreia-se nos Maus Hábitos
Rock'Roll Mariachi & Chili Fever - com Club Garage a partir das 17 horas e exibição do filme Decima Vittima, de Elio Petri com Marcelo Mastroianni, Ursula Andress e Elsa Martinelli, a partir das 21h30. Rock'n'Roll Mariachi & Chili Fever começa sábado no Maus Hábitos e em futuras datas a coisa vai ganhar brilho com concertos. Para já temos o Club Garage associado a pratadas suculentas e apuradas até ao limite, havendo pizza mariachi e super chili na ementa. E para que não vos falte nada, conforto, delírio e acomodação ao espaço haverá a exibição de um filme ao início da noite. A música a cargo de Vinnie Jones e Mojo Hannah estará omnipresente rasgando todas as fronteiras e convocando o espírito de Screamin Jay Hawkins, Little Willie John, La Lupe, não esquecendo cavalgadas psicadélicas inebriantes e autênticos furacões garajeiros. Agarrem-se à pista logo à tardinha, a partir das 17 horas, e não arredem pé em momento algum.
Chega uma festa nova, absolutamente recheada de tentações. O paladar mexicano estará a degustação do freguês com a estreia de uma pizza divinal apresentada pela casa. A glória dos sessentas celebra-se tarde e noite carregando o festim com psicadelismo, exotismo e todo o desvario bandas mais obscuras, insanas e selvagens de que há memória, retratadas brilhantemente nas compilações dos Nuggets, Back from the Grave, Teenage Shutdown ou Pebbles. O deleite visual está assegurado pela exibição de um filme icónico da época, pleno de arrojo futurista.
«Num futuro próximo, as guerras são evitadas com a oportunidade dada a pessoas com índole violenta de matar a outros num jogo de vida ou morte chamado 'A Grande Caçada'. A Caçada é a forma de entrenimento mais popular do mundo e atrai todo tipo de pessoas em busca de fama e fortuna. Ele é disputado em dez rodadas para cada competidor, cinco como caçador e cinco como vítima. Quem conseguir chegar ao fim e liquidar seu décimo adversário, torna-se extremamente rico, famoso e se aposenta.
7 de novembro de 2013
Smoggers em data com Dirty Coal Train
5 de novembro de 2013
Night Beats, Black Angels e os portuenses TT Syndicate nos 25 anos do Purple Weekend
O Purple Weekend é um colosso que semeia o encanto ao longo de quatro dias, reaproximando pessoas e aglutinando afinidades. Criando azáfama e um mundo de perdição, tamanha a imensidão de discos em redor, lambrettas de coleção, um requinte retro entusiasmante ao primeiro olhar. A música, qual prazer sublime, tem neste festival de Leon, que vai gozar o 25º aniversário entre 5 e 8 de Dezembro, uma extraordinária febre, uma alucinação prolongada de arte, de efeitos, de sons, de moda, envolvendo dádivas maravilhosas a amantes do psych, do beat, do garage e do soul e rhythm and blues, agarrados à vibração única, permanente, contagiante, que enche as tardes e percorre sem fim as noites. A oferta é tão fantástica como surpreendente, rendendo homenagens e oportunidades únicas, desbravando a aura da cidade a cada segundo. De ano para ano, construindo uma história riquíssima, suportada numa organização altamente competente, que escolhe a dedo, com incrível sabedoria para corresponder a anseios e muitas tentações. Do suspiro por monstros sagrados a revelações escaldantes, o Purple Weekend tem uma rede eficaz, reeducando sensibilidades com um amplo naipe de nomes sonantes guardados para cada ocasião, conforme os desejos da faminta maioria. León tem a vocação, tem o contexto, tem a elegância, tem um charme inconfundível no ar, tem o saber bem receber e ainda melhor entreter. O Purple Weekend é um fascínio dentro de outro maior, que nos faz embarcar numa viagem intemporal, regalando os olhos com atuações deslumbrantes e momentos inesquecíveis na mais louca pista de dança. E é sempre a suspirar por mais, o dia é preenchido com qualidade exemplar, passando pelas investidas ao Mongogo, mergulhando aí num paladar mexicano, num convívio fantástico e num estilo decorativo acolhedor, onde cartazes vistosos fazem as delícias dos curiosos, estejam eles sintonizados ou colados ao psychobilly e às produções de Série B, reavivando a memória para desconcertantes fitas de horror ou sci-fi. A degustação musical não tem fim, as tardes no Gran Café são simplesmente deliciosas...e perigosas, tal a escalada vertiginosa de temas bombásticos, capaz de fazer gastar muita energia.
O cartaz de 2013, embora desfalcado dos Thee Flamin Groovies, que canceleram recentemente a sua presença, atesta a força de uma organização sempre em crescendo, desenhando uma festa de eleição, sedutora com bandas do calibre de Night Beats e Black Angels, norte-americanos comprometidos com o psych e com doses eletrizantes de reverb, gloriosos em palco, endeuzando gente ilustre como Roky Erikson, Spacemen 3 ou Velvet Underground. Tocam ambas em Leon no sábado, 7 de Dezembro. Os Night Beats, com o álbum 'Sonic Bloom' na bagagem, e os Black Angels, viajando com 'Indigo Meadow' transportam este Purple Weekend para um diferente universo sonoro, apelando a fãs pouco convencionais do festival. Dentro do que é mais habitual, vislumbram-se nomes consentâneos com a tradição do Purple e o seu espetro negro. O soul e o ryhthm & blues estão defendidos com a mais indelével categoria, representados brilhantemente por Lala Brooks, um dos rostos das enormíssimas the Crystals, celebrizadas por êxitos como 'He's a Rebel', 'Then He Kissed Me' ou 'Da Doo Ron Ron'. A excelsa intérprete, que ainda se agora se atreveu a lançar mais um trabalho magnífico, produzido pelo grande Mick Collins (Gories e Dirtbombs) estará acompanhada em palco pelos galegos The Allnight Workers.
A voz talentosa de Nikki Hill é outra inestimável atração, bem como o concerto de Jeff Hershey & the Heartbeats, não se podendo ignorar as apostas em bandas frescas e excitantes como os galegos The Limboos, que contam com elementos dos Phantom Keys, e os portuenses TT Syndicate, que combinam referências do mais prazeroso e dançável rhythm & blues. Habituados à estrada e a circuitos que vão do soul ao rockabilly conseguem expressar-se em palco com sublime ousadia e bom gosto nos arranjos. A não perder, tal como os austríacos The Attention, adorados pelo público espanhol graças a um garage beat do mais refinado que se pode apreciar, os ingleses The New Electric Ride, os franceses French Boutike ou os suecos The Most. E há bandas como os norte-americanos The Decibels ou Kurt Baker, enquadrados numa linha de power pop, onde também pontificam os galegos Niño y Pistola, que estarão em Leon para apresentar o seu novo album There's a Man with a Gun Over There.
Muito apetecível promete ser o concerto dos The Sloths, banda norte-americana dos sessentas, formada em Los Angeles, que criou hinos como Makin Love e You Mean Everything, um sete polegadas dos mais raros da cena garageira de tendência mais obscura e selvagem, reaproveitada e valorizada mais tarde nas compilações Back from the Grave, com registo no volume 2. Depois de longos 45 anos de interregno, tiveram vida curta nos sessentas, reuniram-se em 2011 com uma base forte da formação original e são descritos hoje em dia como fiáveis e totalmente pujantes, fazendo justiça ao som com que se destacaram e ao caminho que iluminaram para outros grupos com o mesmo apetite voraz pelo garage cavernoso embebido no mais genuíno rhythm & blues. Makin Love pode muito bem ser o tema maior e o espelho de mais um grandioso Purple Weekend.
Toda a informação relativa às bandas está no site oficial do festival, bem como indicações sobre a melhor forma de aquisição dos bilhetes, custando 65 euros o ingresso para a totalidade do Purple Weekend, composto por quatro noites. Além dos concertos no Pavilhão CHF, das allnighters na discoteca Oh Leon, merecem relevo uma exibição de scooters, exposições variadas e um mercadinho de discos.
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