12 de dezembro de 2012

Club Garage convida Thee Chargers para brutal festança

Farra de natal, salvo seja, farra de fim-de-semana, insanidade e deboche de braços dados numa confraternização para durar até se esgotarem as pilhas, falharem as pernas, torcidas pelos abusos, ou se triturar o cérebro por tamanha sobrecarga de adrenalina. O Club Garage despede-se de 2012 com requinte e substância e um indubitável toque surf, ao ritmo dos endiabrados Thee Chargers, convidados para integrarem o elenco de uma noite colossal de garajadas desenfreadas no Indiscreta, invadindo palco, pista, basti...dores, sem refúgios nem tolerância para quem quer que seja desejar acalmar o corpo e a mente. So há licença para curtir o som e viajar...e muito, por destinos paradisíacos ou cavernosos, sugeridos por música encorpada especialmente e excecionalmente nos anos sessenta. Findado o concerto dos Thee Chargers, seguir-se-á o Club Garage com Ana Machine Guns, Oscar Gomes, Vinnie Jones e um reforço de luxo: Carlos Moura.

20 de novembro de 2012

O Purple Weekend de Roky Erickson

O Purple Weekend está de volta para 3 noites sedutoras de envolvência única com as sonoridades apaixonantes dos sessentas, homenagendo correntes psicadélicas, soul e garageiras. Unanimemente considerado um dos festivais proeminentes do país vizinho, o Purple Weekend atinge a 24ª edição e decorrerá este ano entre 6 e 8 de Dezembro, tendo em cartaz três nomes de história monstruosa e impacto brutal, como o lendário Roky Erickson, inconfundível líder dos 13th Floor Elevators - autores de You're Gonna Miss Me, Reverberation, Fire Engine, Slip Inside this House - deixando rasto de inspiração para vários grupos posteriores, incluíndo os Primal Scream e os Spacemen 3, e também de uma notável carreira para lá dessa etapa, expressa, por exemplo, no peculiar album «I Think of Demons» lançado com os Aliens. Roky vem a Leon para concerto único. A este guru desconcertante do psicadelismo somam-se os míticos The Mockers, conhecidos como os Stones do Uruguai ou ainda a selvajaria divertidíssima dos Rezillos, que saíram das ruas de Edimburgo para impressionar o mundo nos finais dos setentas com o seu punk alinhado ao movimento new/wave. À parte de nomes gigantes, por si só justificativos de adesão máxima, o festival reúne várias bandas com capacidade de atração suficiente. São os casos de Gentleman Jesse and His Men, Nick Waterhouse, Les Terribles, The Kik, Phantom Keys, Kings of Mahaka, The Ripe, Bart Davenport ou Jacco Gardner. Tudo isto distribuído por vários palcos do certame, havendo ainda espaços próprios dedicados a exposições e mostras de cinema, merecendo ênfase, neste particular, a exibição de Meio Metro de Pedra do português Eduardo Morais, que desbrava várias etapas do rock'n'roll produzido em solo nacional. A cultura dos sessentas estará ao rubro durante três dias, em que Leon ferverá de entusiasmo e o seu público fiel se entregará de uma forma feérica e absolutamente cúmplice ao programa apresentado. ALém dos concertos, já se sabe, o Purple Weekend oferece noites de requinte deslumbrante na discoteca Oh Leon com os melhores dj's europeus a ditarem leis através das escolhas mais criteriosas em 45 polegadas. Haverá tempo para gozar os mais esplendorosos temas de soul e rhythm & blues, bem como os sucessos mais escondidos do garage e da onda psicadélica. Face à reunião destes ingredientes, o Purple Weekend promete tocar o céu em nova edição, preencher a curiosidade de cada um e entrar fulgurante nas memórias dos estreantes. A presença de Roky Erickson é a qualidade diferencial desta edição, de um festival com história própria que consegue sempre recuperar bandas e figuras de referência de décadas idas. Autor de aclamadíssimos albuns a solo e outros como líder dos 13th Floor Elevators, Roky tem uma história de encantar, sendo, sem dúvida alguma, senhor de uma das vidas mais fascinantes dos livros de rock'n'roll, pelas melhores e piores razões. Uma figura intemporal, decisiva, influente e incomparável. Esta nova edição do Purple Weekend custa no seu todo 62 euros, sendo o bilhete diário de 25 euros ou 30 euros, conforme seja compra antecipada ou na bilheteira, ao passo que o ingresso para os concertos da tarde no Espaço Vias valem 6 euros.

19 de novembro de 2012

Parkinsons no Porto para escaldar Armazém do Chá

Os Parkinsons regressam à Invicta diretos ao coração dos seus fãs mais exaltados e desvairados. O concerto da próxima sexta-feira, dia 23, no Armazém do Chá, será a melhor compensação para aqueles que se sentiram contraídos a desfrutar da banda de Coimbra no insólito Arraial de Engenharia no Dragão Caixa. Aí o ambiente foi claramente desconfortável, as condições sonoras sofríveis e o comportamento dos seguranças absurdo. Aspetos perfeitamente dispensáveis numa noite de rock'n'roll de excelência que só a presença dos Parkinsons sugere. A apresentação do novo álbum no Armazém do Chá será, portanto, momento bem mais amparado e rodeado da envolvência necessária para que a demência se apodere de todos, sem exceção, num descarregamento de energia sem fim do quarteto constituído por Afonso Pinto, Vítor Torpedo, Pedro Chau e Kaló, heróis de toda uma geração punk que cresceu a admirá-los já no tempo dos Tédio Boys.

12 de novembro de 2012

Pedrito Diablo e los Cadáveras chegam ao Porto

Pedrito Diablo e Los Cadáveras visitam no próximo dia 1 de Dezembro o espaço do Café Galerias de Paris, situado em rua com idêntico nome. Este grupo surf galego apaixonado por Dick Dale, Link Wray, Ventures, Trashmen ou Duane Eddy desenvolve com destreza e apuro instrumental o seu fascínio pelo western e pelas bandas sonoras de Morricone. Saídos de bandas enérgicas e vitais no rock'n'roll galego (como Israel Ruiz dos Thee Tumbitas, Villanos de Boraville), este é já um grupo destacado que vem tocando e muito pela região e por outras cidades de referência de Espanha. Em palco, Pedrito Diablo e Los Cadáveras são puro rock'n'roll apoiados por uma estética singular e cativante.

24 de outubro de 2012

Parkinsons para ver no Dragão Caixa

Os Parkinsons regressados ao fim de alguns anos às ediçoes discográficas chegam finalmente ao Porto para um concerto num insólito Dragão Caixa, que servirá para mostrar os temas do seu novo álbum Back To Life, que tem como single Good Reality. O grupo de Coimbra, que esteve muito tempo radicado em Londres, conquistando o exigente mercado inglês, está agora composto por Vítor Torpedo(guitarra), Pedro Chau (baixo), Afonso Pinto (voz) e renovado com Kaló (bateria), um velho filho da cena rock'n'roll de Coimbra, celebrizado por passagens pelos Tédio Boys, Bunnyranch ou mais recentemente Tiguana Bibles. Carisma e despudor são marcas intrínsecas e essenciais de todos eles, unidos nas influências e num crescimento musical conseguido numa cidade absolutamente efervescente. Ao primeiro acorde e ao primeiro salto do seu incansável vocalista, tantas vezes reputado de Iggy Pop português, os Parkinsons abraçam a sua selva e espalham uma tremenda sobre-excitação no público. O concerto no Dragão Caixa está marcado para esta sexta-feira, 26 de Outubro. E acrescente-se que sábado os Parkinsons viajam um pouco mais para a norte para uma atuação em Guimarães, onde são também extremamente acarinhados.

Death By Unga Bunga no Armazém do Chá

Os noruegueses Death by Unga Bunga, oriundos de Moss, tocam sábado no Armazém do Chá, numa noite que terá igualmente selo Club Funk, projeto de Pedro Tenreiro para durar pela madrugada. O grupo nórdico, que homenageia com o seu nome brilhantemente os incríveis The Mummies, estreia-se em Portugal para uma longa digressão com o intuito de apresentar o álbum The Kids Are Up To No Good, sucessor de Juvenile Jungle. O jovem quinteto deixa em palco um rasto de irreverência, despindo todo o seu carisma e sede de rock'n'verdadeiro, em estado de arrebatadora combustão, congregando elementos de soul, garage, power-pop e surf. Cada concerto dos Death By Unga Bunga faz aquecer a sala e escaldar o público, promovendo uma comunhão de adrenalina pouco vista. Em grande voltagem desde 2010 têm merecido culto do público norueguês. Só deixam Portugal depois de 3 Novembro, encerrando a digressão em Lisboa. Quinta, dia 25 Out Ovelha Negra, Marinha Grande | 22h30 Sexta, dia 26 Out Timilia Das Meias, Montijo | 23h30 Sábado, dia 27 Out Armazém do Chá, Porto | 23h30 Domingo, dia 28 Out FNAC de Viseu, Viseu | 16h00 Segunda, dia 29 Out FNAC de Coimbra, Coimbra | 21h00 Quarta, dia 31 Out FNAC de Braga, Braga | 18h00 Quarta, dia 31 Out Kastrus, Esposende | 23h30 Quinta, dia 1 Nov Teatro Vila Real, Vila Real | 23h00 Sexta, dia 2 Nov CAEP, Portalegre | 23h00 Sábado, dia 3 Nov FNAC Vasco da Gama, Lisboa | 17h00 Sábado, dia 3 Nov Lounge, Lisboa | 23h00

9 de outubro de 2012

Messer Chups de novo no Armazém do Chá

Os russos Messer Chups estão de volta a Portugal, país que adoram, sabendo que vão tocar para um público que os venera. O duo de St. Petesburgo inicia a Halloween Tour em Portugal com três datas agendadas para Lisboa (Ritz), Porto (Armazém do Chá) e Vila Real. Oleg Gitaracula e Svetlana Zombierella conjugam arte, imagem, requinte numa proposta de música surf experimental sem qualquer espécie de parentesco à escala mundial. O aspeto visual é uma componente forte do espetáculo da banda russa, acompanhada em palco por projeções adoráveis de filmes de culto de série B. Tocam no Porto, no Armazém do Chá, no próximo dia 20...onde já acumulam raízes, tal foram concorridos e apreciados os seus anteriores concertos. É já uma casa sagrada dos Messer Chups, saturada de público magnetizado por uma música sustentada numa combinação suculenta de elementos, espremidos ao mais delicioso detalhe. Podem ser sons de desenhos animados, outros de filmes dos 50's e 60's e outros ainda extraídos de gravações históricas. A inspiração vem do horror da dupla Ed Wood e Bela Lugosi, da deslumbrante pin-up Betty Page, dos míticos filmes de mamas colossais de Russ Meyer. Um concerto de Messer Chups é uma experiência cinéfila, um desvario visual alicerçado numa música instrumental cheia de recortes viciantes e uso esplendoroso de theremin.

25 de setembro de 2012

Parkinsons levam novo album a Aveiro

Os Parkinsons voltaram às edições discográficas e Back to Life (2012) foi concebido para levantar o caos e reacender a chama imensa daqueles que são fãs incondicionais da banda. O momento atual é o também o ideal para agitar mentalidades estranhamente monótonas e arrefecidas ou, então, desafiar outras mais entediadas, especialmente em concertos onde a garra, loucura e total despudor atingem uma dimensão superlativa. Eis o complemento de um regresso espetacular ao ativo, que teve o auge no concerto de Londres no Boston Arms em 2011, que acabou lotado, invadido por fãs de toda a parte e por um tremendo e abundante calor visceral. O grupo que nasceu das cinzas do Tédio Boys e maravilhou Londres há uma década reuniu-se com uma novidade no seu elenco, tendo entrado o baterista Kaló (Bunnyranch, Tédio Boys e Tiguana Bibles). Afonso (voz), Victor Torpedo (guitarra e letras) e Pedro Chau permanecem solidamente em palco, temperamentais, selvagens, criativos e imprevisíveis em cada show. «Good Reality» é já o single introdutório ao novo trabalho, composto por dez temas, dando as pistas do caminho desejado por estas quatro feras de Coimbra, desassossegadas com o rumo da sociedade. Depois de vários concertos em Inglaterra e outros recentemente realizados em Lisboa e Loulé, os Parkinsons visitam Aveiro no dia 5 de Outubro, tocando no pequeno Auditório do Mercado Negro, espaço previsivelmente pequeno para tamanha comunhão de libido e esplendor sonoro. A banda tocou o céu com «Long Way to Nowhere» e temas com a carga punk de Bad Girl, Hate Machine, Nothing to Lose ou Angel in the Dark mas novos hinos podem em breve apoderar-se das gargantas de muitos daqueles que sentiram o impacto da aparição dos Parkinsons e que proclamaram logo a sua cumplicidade. Back to Life está aí e a merecer uma atenta escuta.

24 de setembro de 2012

Rodas é uma grande figura da cidade e um patrão da cena rock'n'roll no Porto, deixando marca em todos os locais por onde tem passado e criado dinâmicas impressionantes. Está ligado aos melhores concertos feitos na Invicta e ainda consegue ser, cada vez menos, com pena geral, um dj estupendo, pleno de carisma e capaz de fazer fervilhar a pista com temas incendiários de punk, surf e garage. No próximo dia 2 de Outubro (terça-feira), o grande Rodas conhece mais uma festa de aniversário, a 40º, que será levada a cabo no Armazém do Chá numa noite com concertos dos Thee Chargers e dos recém-criados Julio e os Vermes. O Rodas fará dupla com Vinnie Jones nos disquinhos, num serviço selvagem, indisciplinado, passível de roçar no caótico. CAOS, é disso que se trata, complemento elementar de uma festa de anos, ainda para mais tão simbólica. Só a presença dos Thee Chargers desfaz dúvidas e exige presença de todos os amigos de Rodas e dos apaixonados pelas garajadas e surfalhadas tão impregnadas num direto desta banda do Porto, que tem levado a sua proposta a imensas salas do país.

23 de fevereiro de 2012

Shame abre hoje oficialmente o Fantas



In A Bola

A 32.ª edição do Fantasporto vai ter esta sexta-feira a sua abertura oficial com a exibição do tão aguardado ‘Shame’ de Steve McQueen, responsável pela candidatura aos Óscares do ator Michael Fassbender, protagonista do sensacional Inglourious Basterds, de Quentin Tarantino. Carey Mulligan também prestigia o elenco.

Com esta segunda obra, causadora de grande burburinho por tratar magnificamente um viciado em sexo, desgovernado por impulsos, McQueen conquistou Veneza e assegurou um digno sucessor de ‘Hunger’ filme que o consagrou em Cannes em 2008.

A película é exibida esta sexta-feira (21h15) no Grande Auditório do Teatro Rivoli, que volta a acolher o mais histórico e internacional festival português, mais poupado mas sem perder o seu brilho e vitalidade.

Para o encerramento está guardado ‘This Must be the Place’ realizado por Paolo Sorrentino e interpretado por Sean Penn, em mais uma incrível transformação visual, transportado para a pele de um músico reformado.

Desfalcado dessa categoria de culto ‘Orient Express’, o Fantas 2012 leva a competição filmes nas áreas Cinema Fantástico, Semana dos Realizadores, Cinema Português e ainda Premiere/Panorama, contabilizando para o espetador um total de 250 filmes, dos quais 85 por cento em ante-estreia nacional, europeia ou mundial.

No plano das homenagens e retrospetivas, destaque para um olhar às obras de Alain Robbe-Grillet, Karen Shakhnazarov (premiado no Fantas em 2010 com Ward Number 6), António-Pedro Vasconcelos e Mike Hodges. Pelo meio de tudo isto a celebração dos 30 anos de Blade Runner (em cena esta sexta-feira) e as reposições de Nosferatu ou Drácula de Bram Stoker, de Brian de Palma. A noite de 3 de Março leva ainda o tradicional Baile dos Vampiros ao Hard Club com concerto de ZEN.

Como é hábito o Fantasporto premiou o seu público com um warm-up recheado de atrações e bem suculento, especialmente retratado na projeção de filmes de Ed Wood, como Bride of the Monster, Night of the Ghouls ou Plan 9 from Outer Space, que de tão sinistros e manhosos em termos de realização, granjearam reputação eterna graças a histórias simples de monstros, vinculados a um enredo de terror, ficção científica, por vezes deliciosamente erótico ou humorístico, onde é notado o permanente o recurso a atores favoritos como o lutador sueco Tor Johnson.

Assim sendo, o festival arrancou segunda-feira com filmes mostrados no Grande e Pequeno Auditório, que trouxeram ao Rivoli os aficionados de um certame repleto de marcas características, a começar no seu público fiel e na inseparável relação com a Super Bock.

Os primeiros dias permitiram comprovar a relação duradoura do portuense com o Fantas, registando-se uma sala pelas costuras no feriado de Carnaval para ver ‘Meat’ filme holandês que fazia recuperar memórias do aclamadíssimo ‘The Green Butchers’, mergulhando explicitamente nas fantasias depravadas de um conjunto de personagens entregues a uma vida miserável e a um talho. Ficou, contudo, o sentimento dececionante de um filme que se perdeu na narrativa, deixando frustrada a sala.

Menos concorrida foi a sessão que levou ao Pequeno Auditório o japonês ‘Guilty of Romance’, de Sion Sono, verdadeiramente inquietante, perturbador e áspero em toda a sua perversidade e bizarrice, na tradição dos filmes deste autor: Love Exposure e Cold Fish. A natureza hedionda de um crime leva a conhecer a vida de duas mulheres que procuram exasperadamente e obsessivamente múltiplas formas de prazer sexual, enquanto a investigação revela desenvolvimentos sombrios.

22 de fevereiro de 2012

Thee Chargers com contributos palpitantes na estreia do Mish Mash


O Armazém do Chá será este sábado testemunha envolvente de mais um banquete sonoro, servido com efeito novidade. Um concerto dos Thee Chargers abre as cerimónias, garantindo óptima festa, belos trajes e afinação total ao ritmo surf, recuperando temas com pergaminhos. O quarteto da Invicta apresentar-se-á reforçado com sumarentas colaborações, a cargo de Pedro Serra (vocalista de Mean Devils e 49 Special em Sinner not a Saint), já um clássico tremendamente auditivo e plenamente bem conseguido enquanto versão, e ainda Just Honey, senhora de bom gosto musical que costuma ser generosa a passar música e que desta feita se transforma em cantante de créditos já reconhecidos.A novidade está reservada para o fim, apenas em parte. Pedro Tenreiro, que já presenteia o público do Armazém do Chá com o notável, espectacularmente dançante e habitual Club de Funk, assume, agora, as rédeas de Mish Mash, que se irá agigantar com mandamentos do Rhythm'n'Blues, Rock'n'Roll, Tittyshakers, Northern Soul, Jazz e Boogaloo. Tudo em memória dos 50s e 60s numa estreia deveras palpitante.

21 de fevereiro de 2012

Jon Spencer Blues Explosion no Hard Club


Há regressos e regressos, pois este de Jon Spencer Blues Explosion, banda que poderia viver da autoria de Bellbottoms, legitima uma reacção fervorosa dos múltiplas fãs espalhados por Portugal, que nos últimos tempos apenas tiverem ensejo de se deliciarem com as actuações de Heavy Trash. Jon Spencer Blues Explosion combina todos os ingredientes do rock'n'roll, do espírito blues às descargas selvagens e barulhentas que tão bem tipificaram este banda nos seus concertos, em especial ao longo da década de 90 marcada pelos lançamentos de "Extra Width" (1993), "Orange" (1994), "Now I Got Worry" (1996), "Acme" (1998). Em 2000 vieram a Portugal a uma Queima das Fitas de Coimbra e fizeram faísca, convocando de todos os que estiverem presentes memórias infinitas e absolutamente fascinantes. As actuações em Portugal estão marcadas para Porto (14 Março, no Hard Club) e Lisboa (15). Este pode ser considerado um dos grandes espectáculos do ano, em teoria, lembrando o poder e a destreza visceral de uma banda liderada pelo carismático Jon Spencer, fundador dos Pussy Galore e um guitarrista que será reconhecido por um som frenético e incisivo, acelerado pelas influências punk e rockabilly. O esplendor vivido pela banda nos noventas influenciou inúmeros músicos, com particular ênfase para White Stripes, pelo que é da mais elementar justiça citar Jon Spencer Blues Explosion como profetas de uma doutrina musical verdadeiramente apaixonante, com amplitude caótica e catártica, homenageando lendas do blues e do punk. Plastic Fang (2002) e Damage (2004) foram os últimos trabalhos de uma banda, que parou e que agora se reagrupou contemplando justamente Portugal neste regresso à actividade. Os bilhetes para o Hard Club vendem-se a bom ritmo e custam 18 euros.

Ed Wood no lançamento da 32ª edição do Fantasporto



O Fantasporto aquece os motores para a 32ª edição, que conhece sexta-feira abertura oficial com a exibição de Shame, de Steve McQueen. Até lá, desde ontem, estão em cartaz filmes de culto, cujo destaque maior assenta na filmografia de Ed Wood, considerado o pior cineasta de todos os tempos, que de tão sinistro e rudimentar se tornou uma lenda, dotando épicos filmes de monstros com um sui-generis toque humorístico e de interpretações absolutamente irresistíveis dos seus atores predilectos como Bela Lugosi ou o lutador sueco Tor Johnson. Pelo Grande Auditório passaram The Bride of the Monster, Night of the Ghouls, Plan 9 from Outer Space, Glen or Glende e Jailbait, filmes de baixo orçamento com efeitos especiais muito duvidosos. Os clássicos Nosferatu e Drácula de Bram Stoker também foram apresentados. Esta noite será também apimentada de humor negro no Pequeno Auditório com a exibição de Meat, a fazer lembrar o aclamado Green Butchers, premiado no Fantas em 2004.
O festival decorre até 4 de Março, dia para serem vistos e revistos todos os premiados. O encerramento mais pomposo celebra-se com o habitual Baile dos Vampiros no dia 3, este ano desviado do Sá da Bandeira para o Hard Club.

Meat” podia ser a sequela de “The Green Butchers”, o filme vencedor da Semana dos Realizadores do Fantasporto e do Prémio Meliès D’Or em 2004 (Melhor Filme de Cinema Europeu Fantástico). Um humor negro cortante e um argumento louco e sádico, fazem deste filme uma delícia imperdível, e não estamos a falar de costeletas! Só parece um talho normal ao início. Cedo se começa a perceber que a carne tem um aspecto animalesco. Este talho não tem muitos clientes, é mais um mundo de fantasia, um asilo onde o homem do talho pode viver as suas fantasias sexuais.

15 de fevereiro de 2012

Muck & the Mires e Thee Gravemen em Leon


FIESTA DIRTY WATER RECORDS EN LEÓN!!!

O selo londrino Dirty Water promove uma super festa em Leon, cidade que respira garage à moda dos sessentas. Os concertos estão marcados para o Pub Valentino, habitual clube nocturno de alterne, que se mascara frequentemente de paraíso musical de vocação pura e dura de rock'n'roll. Este sábado, celebrando o carnaval, a aliança será feita entre os norte-americanos Muck & the Mires e os suecos Thee Gravemen, que prometem uma noite espetacularmente animada e divertida. Depois dos concertos a festa prosseguirá no Woodstock com uma excelente equipa de djs.

Muck and The Mires+ Thee Gravemen
Sábado 18 de Febrero Valentino´s club
7 euros+ dos copas, 10 euros+ dos copas
P.venta : Mongogo,Elektra,Plan B,Miserias
Al acabar sigue la fiesta en el Woodstock,con AMALIA MEDUSA,MIKE MONGOGO y CARLITOS YUGUEROS a los platos.
Fiestooooooooooooonnn!!!

4 de fevereiro de 2012

Shame na abertura do 32º Fantasporto


Shame, do aclamado e premiado Steve McQueen, realizador em 2008 de Hunger, é destaque na programação da 32ª edição do Fantasporto, estando a sua exibição reservada para a abertura oficial a 24 de Fevereiro. O filme, protagonizado por Michael Fassbender, que repete aliança com carismático e multifacetado realizador, e Carey Mulligan, move-se na natureza do vício e do impulso sexual. O entretenimento em redor do Rivoli no Porto está garantido a partir de dia 20, alongando-se o festival até 4 de Março com mais um cartaz notavelmente engenhoso e potente em tempo de crise. O terror e o fantástico alimentam a atmosfera do Fantas. No plano das homenagens e retrospectivas estão anunciadas as seguintes: António-Pedro Vasconcellos, Karen Shakhnazarov (russo premiado em 2010 com Ward Number 6),Alain Robbe-Grillet, Ed Wood, isto além de um tributo aos 30 anos de Blade Runner, obra prima de Ridley Scott e um prémio carreira ao britânico Mike Hodges, vencedor no Fantas em 1990 com Black Rainbow. O festival tem guardado para a cerimónia de encerramento a exibição de 'This Must be the Place' de Paolo Sorrentino e com participações no elenco de Sean Penn, Frances McDormand, Judd Hirsch e Harry Dean Stanton. Mais uma vez brutal na transformação visual, Sean Penn encarna desta feita um músico que deixa tudo para acompanhar as últimas horas de vida do pai. De resto, o Rivoli será palco de uma enormidade de filmes para ver, ao velho estilo do Fantas salpicado de sangue, suspenso em mistérios, absorvendo os seus fãs num torturante terror psicológico. As competições são as do costume: Cinema Fantástico, Semana dos Realizadores, Cinema Português e ainda Premiere/Panorama.

1 de fevereiro de 2012

Tributo a Cramps para incendiar Armazém do Chá



Lux Interior e os Cramps merecem este sábado tributo em pleno Armazém do Chá, dois anos passados sobre a morte do carismático vocalista. Os The Crushers formaram-se para a ocasião com quatro músicos altamente rodados do Porto. A noite completa-se com A Boy Named Sue.
Erick Lee Purkhiser ou melhor Lux Interior, um dos melhores performers que existiu dessa forma arte absurda que é o Rock’N’Roll morreu há 2 anos. Com ele morreu uma das bandas que mais contribuiu para o imaginário do género, uma banda que sem querer criou um subgénero (o psychobilly) sendo muito maior que as fronteiras desse subgénero – The Cramps.
A banda foi fruto do encontro de Erick com Kristy Wallace (também conhecida como Poison Ivy) que se conheceram na primeira metade da década de 70 na Califórnia. Depois de muita conspiração e muitos ácidos rumaram para Nova Iorque, onde a banda ganha projecção integrada na efervescente cena associada a clubes como o C.B.G.B.’s e o Max Kansas City que fez despoletar movimento punk antes dos ingleses saberem o que isso era. A sua música era uma mescla marada de rockabilly, psychadelia, surf e garage dos 60´s; Lux Interior um Frankenstein bizarro que rugia como um lobisomem, encharcando as suas performances psicóticas em vinho tinto; The Cramps uma banda com um imaginário único construído com voodoo, humor negro, horror kitsch de série B e sexo perverso.
Com elementos a entrarem e a saírem, Lux e Poison Ivy mantêm os Cramps em actividade mais de 30 anos, gravam 13 álbuns de originais e mantêm um nível de qualidade invejável ao longo desse tempo até ao fim. Lux Interior morre em 2009 ao 62 anos (para quem os viu nos últimos anos ao vivo será difícil acreditar que o homem tinha essa idade).
The Crushers constituidos por:
Pedro Moreira - Voz
Oscar Gomes - Guitarra
Nuno Silva - Guitarra
Ivo Guimarães - Bateria
Serão a banda de serviço a prestar o devido tributo.
Depois do concerto a música estará a cargo de DJ A Boy Named Sue. Os seus sets caracterizam-se por uma forte vertente rock 'n' roll, nos quais visita sonoridades soul, funk, rhythm and blues, garage e punk rock ou new wave, uma espécie de máquina do tempo que cria laços entre os grandes clássicos e as novas tendências da música contemporânea. Playlists ou sets pré-definidos não têm espaço neste universo caracterizado por ambiestes dançaveis e festivos, intensos e imprevisíveis, recheados de hits do passado e do presente. Sinal dos tempos ou desígnio dos Deuses, A Boy Named Sue baralha e volta a dar a História da Música Popular, sem quebras de ritmo nem tiros no escuro, como só um verdadeiro mestre de cerimónias é capaz.
O bar será dominado pelo hip-hop com Spot e Godzi a trazerem desde os clássicos aos novos upfronts do género.

18 de janeiro de 2012

Club Garage esta quinta no Radio


Encantador ou depravado, convidativo ou incendiário, o Club Garage tem ordens pelas que se rege e no seu raio genético está gozar a fama que o precede e oferecer as melhores vibrações à pista, com muito rock'n'roll de todas as épocas em descargas desalmadas de ruído,de su...jidade elementar a instrumentais arrebatadores.Estão, como tal, todos convidados para um banquete sonoro de surf, garage, psych beat, r&b, hammond grooves e outras ousadias excitantes.

17 de janeiro de 2012

Fat Freddy em novo ponto de partida


Regresso que se saúda e deixa imaginar novo embalo vertiginiso pelas estradas do ruído, pelas pistas da imaginação num mundo de ficção e fantasia musical com nítida colagem surf e ousadia experimental. Os Fat Freddy pararam e andaram por ai envolvidos noutras coisas e agora retomam actividade com o seu trio brilhante (Pedro Ferreira, Xinas Leite e Nuno Serafim) numa combustão fremente de bateria, guitarra e baixo, deambulando em território terreste e um paraíso fantasmagórico de sons e imagens. Depois de uma primeira aparição no Maus Hábitos, desta feita espera-se um ambiente a fervilhar com a presença dos Fat Freddy no Armazém do Chá. Acontece esta sexta-feira, dia 20, numa noite que pede abusos e também é temperada pelas escolhas musicais de A Boy Named Sue.