26 de janeiro de 2010

Mutantes


Terá sido o grupo mais influente de sempre no Brasil, bandeira do Tropicalismo, período de efervescência criativa e inquietação pelo regime político em vigor. A banda reuniu-se em 1966, arrancando com os irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias e a magnífica Rita Lee, um trio que provocou espanto pela sonoridade apresentada na época, inovadora e claramente de ruptura. O pop feito pelos Mutantes virou uma cena meia psicadélica, dominado pelas distorções e feedbacks. O trabalho dos Mutantes alastrou-se por todo o mundo, à custa de uma colecção de temas absolutamente fenonemais, únicos na histórica da música, que fizeram fãs por todos os continentes. Foram, sem dúvida alguma, precurssores de uma visão muito particular sobre a música, ao nível da criatividade e originalidade, em parte potenciadas pelo uso de drogas. Talento raro...ousadia máxima, Os Mutantes foram geniais e deixaram para a posterioridade temas como A Minha Menina, Trem Fantasma, Panis et Circenses, isto além de interpretações de originais de Gilberto Gil (Domingo no Parque) e Tom Zé (2001) nos festivais de música popular brasileira. O seu lugar cimeiro à escala internacional no que diz respeito a uma intervenção experimentalista é reconhecido por críticos e revistas da especialidade. Os Mutantes (1968), Jardim Eléctrico (1970) ou Tropicalia, apenas lançado em 1990, são obras obrigatórias e enriquecedoras para qualquer melómano adepto do psicadelismo. Das suas influências britânicas, especiamente dos Beatles, os Mutantes partiram para a construção da sua própria identidade, singular no Brasil e no resto do Mundo. O som ainda é hoje um achado.

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